Hoje decidi que vou aproveitar a crise para ficar com uma dívida qualquer ao Estado (eu sabia que isto de não dever guita às Finanças era um atraso no meu desenvolvimento) e propor-lhes a minha nacionalização.
Para facilitar a coisa, até já tenho um discurso bem giro para o Ministro Teixeira dos Santos dizer aos jornalistas onde vai explicar o grande negócio que o estado vai fazer com a minha compra por um preço bem abaixo do mercado (isto é treta porque o mercado não tem sido muito generoso). Sou uma pessoa altamente produtiva e polivalente: tanto sei escrever uma ou duas linhas de texto coerente como percebo uma coisa ou duas de limpeza de retretes. Sou, por isso, uma pessoa cheia de potencial, mas também é só isso porque esta vida de precário a recibos verdes não dá para muito mais. Aproveitando esta lacuna, o tal discurso usa o argumento do Obama de que, pelo menos, sou igual a muitos outros e posso ajudar os governantes a saber o que se sofre nas ruas (eu não sofro, antes pelo contrário, mas achei que era um ponto a favor para a validade do negócio).
Se o estado me quiser privatizar daqui a uns tempos ainda vai encaixar mais uns cobres. É só esperar pelo aparecimento duma bolha para aquisição de pessoas com capacidades de escrita e limpeza de retretes e com mais um ou outro conhecimento de internet e pecuária e ver o dinheiro entrar que, é a única condição que eu exijo para o negócio, siga directo para o fundo de pensões da segurança social.
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