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Gran Torino / O Rapaz do Pijama às Riscas

segunda-feira, 6 de abril de 2009 by ocondutor | 0 comentários
Finalmente tive tempo, e vontade, este fim-de-semana para ver o Gran Torino de Clint Eastwood. A minha relação com as fitas do senhor não costuma ser pacífica, mas desta vez a coisa saldou-se como positiva.

Não é um western, mas podia ser - os diálogos e o tom de voz estão lá, a sede de justiça também. Um cowboy/soldado na reforma que encontra uma derradeira causa para voltar a sentir a adrenalina da batalha. E que batalha: astuta e eficaz; um exemplo para os que ficam. Gostei da evolução do personagem que de duro, xenófobo,
ainda que motivado por lutas antigas, se torna num amigo e mentor. Hilariante a forma como a família lhe passa ao lado, achando que um final de vida calmo ao estilo de quem vai de férias permanentes é o que lhe convém... Há muita moral, como Eastwood, gosta.

Não é um filme de arromba, mas vale bem a pena conhecer este justiceiro de aparência banal. Vi por aí escrito que com qualquer outro actor seria mais um filme, mas que com Eastwood se transforma numa obra de respeito - concordo.

Uma palavra ainda para o excelente tema final "Gran Torino" dividido entre Clint Eastwood e Jamie Cullum. Nos créditos aparece um tal de Don Runner, mas acho que pela voz se percebe que só pode ser o próprio Eastwood.



A fechar o fim-de-semana cinematográfico vi, também finalmente, O Rapaz do Pijama às Riscas. A principio incomodou-me o facto do filme não ser falado em alemão, mas acho que até é melhor. Teria dado ao filme um certo tom negativo pela sonoridade mais ríspida da língua, acho que o inglês suaviza e ajuda a absorver de fininho a visão alemã dos campos de concentração. Bem sei que a explicação é tão simples como se tratar duma produção americana e inglesa...

Confesso que me deu vontade de desligar e não ver o resto, várias vezes. Não é que o filme tenha imagens violentas, é a violência psicológica. Acho que voltei a relembrar o sentimento de vazio e impotência que senti quando visitei Auschwitz e isso chocou-me. No filme, como na realidade são os pequenos pormenores: o arrastar dos sapatos por falta de forças, a vestimenta, o número atribuído a cada um, o olhar cabisbaixo...
O final foi previsível a partir de certo ponto, mas acho que justificou o falatório à volta da fita. Como sempre nestas coisas, nunca se sabe quanto vem do livro e quanto é do filme, sem ler o primeiro. Mas, gostei da fotografia e da forma crua e, ao mesmo tempo, dissimulada como nos apercebemos do que está a ser feito, o muito ou pouco que se sabia e os efeitos da propaganda para o que se achava correcto e inevitável.

cine
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