É bem capaz de ser a notícia do dia, o Estado com a ajuda da EGEAC/Câmara de Lisboa fechou hoje a compra das 8 mil gravações de fado que o melómano britânico Bruce Bastin começou a coleccionar na década de 70.
Vi meia dúzia de comentários negativos sobre o exagero que foi pagar 910 mil euros pelos discos, mas não se pode confundir gostos musicais com documentos históricos. O Fado é um património que, na minha opinião, será sempre muito mais bem gerido pelo país associado internacionalmente ao Fado - já que felizmente é um estilo musical e pode ser cantado por quem o quiser fazer - do que por um outro país qualquer. Não digo que os registos caibam só no Museu do Fado, acho que podem e devem ser usados para traçar o mapa da sua evolução, recuperar registos de vozes entretanto esquecidas/perdidas.
Por último, sendo o fado um símbolo da tal Portugalidade de que muito se fala deve ser olhado, respeitado e guardado com esse âmbito. Não podemos só falar dos descobrimentos e das riquezas que ganhamos, esquecendo no que isso enriqueceu a nossa cultura enquanto país e povo. Gastam-se tantos milhões em betão, é bom ver esta pequena fatia investida em educação e estudo do povo que fomos e somos.
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