Alguém me há-de explicar que raio de reacção química/emocional/o que seja obriga as mulheres a derreterem-se todas com a cena de serem pedidas em casamento de joelhos, depois da sobremesa e com uma encenação qualquer feita em público. E porque é que o estado de derretimento é tanto que a descrição termina sempre num sim lavado em lágrimas?
Será que é um derivado duma qualquer imagem de humilhação/engrandecimento do género: sou tão especial que este tipo até se curva perante mim quase sucumbindo ao desejo/desespero de me ter com ele para todo o sempre. A verdade é que a história nem tem de ter acontecido com elas, basta que seja com uma amiga, uma conhecida da amiga, uma pessoa com quem se cruzam no barco da Transtejo para servir de pico animado de conversa, de preferência atirado para cima de interlocutores homens. Só lhes falta terminar a conversa com um «tás a ver!? E tu nem um ramo de rosas me ofereces...» Toda e qualquer mulher deveria meter na cabeça que um gajo que se põe de joelhos para as pedir em casamento é porque está preocupado com a possibilidade de não ter outra hipótese de futuro... É garantir o investimento ou, do outro lado, o abismo.
Entretanto, alguém me alertou para a culpa das histórias de amor perfeitas dos romances de cordel, dos filmes de Domingo à tarde, dos livrinhos coloridos com histórias de fadas e princesas e cavaleiros que todos lived happily ever after... Folheassem menos livrinhos e dedicassem mais tempo na infância a apanhar grilos e fazer covinhas para jogar à carica e nada disto acontecia.
Se querem que vos diga, a verdade é uma e só uma, elas choram de cada vez que vêem um doido qualquer dar-se a esse desplante porque, tendo em conta todos esses anos de preparação genética e mental para a coisa, simplesmente percebem: E agora!? Tou entalada, foda-se... Eu não posso dizer que não a isto... Ainda por cima está o restaurante todo a olhar, os empregados já têm a rolha do champanhe pronta para o "pop", o quarteto de violinos já está impaciente... Nunca mais vou poder olhar directamente na cara duma outra mulher e dizer-lhe que a traí, que traí o nirvana do sonho feminino, foda-se... Dá ou não dá vontade de chorar?
6 comentários:
É o chamado desespero mútuo! Lol ;)
Ah, e gosto da imagem :)
LOLOLOL
Lol O último parágrafo está excelente :) E aquela do "e tu nem uma flôr me ofereces" lol
Por acaso vi um filme no outro dia (He's Just Not That Into You) em que um casal tinha uma relação "perfeita" e ela acaba só porque ele não se quer casar.
Eu acho que tem muito a ver realmente com as diferenças na infância entre rapazes e raparigas, como disseste. As raparigas vêem a Cinderela e brincam às mamãs.
Mas também acho que isso está a mudar cada vez mais e hoje, inclusivé, já nem tens tantos desenhos animados de "viveram felizes para sempre". As brincadeiras são cada vez mais unisexo e acredito que a mentalidade está a mudar gradualmente.
Há ainda um longo caminho a percorrer entre mentalidades mais racionais!
O amor existe e posso adiantar que é lindo, pois cruzo-me com ele todos os dias...
Vamos deixar de ter vergonha e assumir as coisas como elas são...
Piroso é um gajo vestir-se mal.
O amor e o romantismo deveria ser inerente a qualquer pessoa!
bolas
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