Quando há 16 anos, fazendo assim as contas por alto, comecei a estudar comunicação e jornalismo, tive o privilégio de ver uma espécie de documentário onde se relatavam todas as etapas de como era fazer um jornal: desde a reunião de redacção à impressão. Naquela altura, eu era um aluno do ensino secundário, o narrador do "documentário" era José Manuel Fernandes jornalista, só mais tarde viria ser director, e, como já adivinharam, o jornal era o PÚBLICO.
Ouvir falar em coisas como livro de estilo, investigação, isenção, independência, opinião, para um adolescente que só tinha interiorizada uma coisa chamada pirâmide invertida, soou a novidade, a mistério, a fascínio. Durante muito tempo pensava que ia ser jornalista de imprensa escrita e que, com um grande golpe de sorte, me iria sentar naquela redacção - o que para um aldeão minhoto como eu, seria uma meta bastante longínqua (mal eu sabia que, um dia, ia ter à minha frente numa sala de aulas o mesmo José Manuel Fernandes já como director do jornal, mas isso é outra conversa...) Comprar o PÚBLICO passou a ser, desde esse dia, o materializar de tudo isto. A curiosidade e o crescimento fez com que tivesse a fase de comprar outros jornais, com destaque para a fase de escolher conforme a capa. Não fui, não sou, cada vez estou pior, um leitor fiel do PÚBLICO. Mas estive sempre atento, segui com interesse as mudanças, as polémicas também, muito mais do que segui esses mesmos acontecimentos noutros jornais.
O PÚBLICO tem ainda outro mérito, o de estar lá, na internet, antes de toda a gente e de sempre ter valorizado a informação que dava aos leitores que lá o procuravam. E isto, numa altura em que pouco ou nada se via na internet o principal difusor de informação. Bem sabemos como hoje tudo é diferente, muitas vezes quando a noticia chega aos noticiários já a comunidade a discutiu e debateu, e muito mais desactualizada fica quando nos chega no jornal do dia seguinte.
Os jornais, principalmente os que querem ser referência para o público, têm hoje uma missão complicada que os obriga a trabalhar o dobro, a procurar a novidade, a investigar, a procurar novos ângulos, novas formas, e, porque não, novos discursos. Os leitores já não estão iguais. A concorrência já não são só os outros jornais ou a imprensa mais imediata tradicional. A concorrência são os jornais estrangeiros, são os blogues, são o Facebook e o Twitter - sim, as redes sociais também difundem informação, por muito que isso não entre na cabeça de certos senhores que opinam muito sobre o tema em jornais e no seu próprio blogue - e são a rede de amigos virtuais e de jornalistas que estão ali do outro lado da mensagem que escrevem e do conhecimento que partilham.
O PÚBLICO tem ainda outro mérito, o de estar lá, na internet, antes de toda a gente e de sempre ter valorizado a informação que dava aos leitores que lá o procuravam. E isto, numa altura em que pouco ou nada se via na internet o principal difusor de informação. Bem sabemos como hoje tudo é diferente, muitas vezes quando a noticia chega aos noticiários já a comunidade a discutiu e debateu, e muito mais desactualizada fica quando nos chega no jornal do dia seguinte.
Os jornais, principalmente os que querem ser referência para o público, têm hoje uma missão complicada que os obriga a trabalhar o dobro, a procurar a novidade, a investigar, a procurar novos ângulos, novas formas, e, porque não, novos discursos. Os leitores já não estão iguais. A concorrência já não são só os outros jornais ou a imprensa mais imediata tradicional. A concorrência são os jornais estrangeiros, são os blogues, são o Facebook e o Twitter - sim, as redes sociais também difundem informação, por muito que isso não entre na cabeça de certos senhores que opinam muito sobre o tema em jornais e no seu próprio blogue - e são a rede de amigos virtuais e de jornalistas que estão ali do outro lado da mensagem que escrevem e do conhecimento que partilham.
Tanta conversa para dizer que é com interesse redobrado que assisto a "Um Novo Começo", porque é assim assumido pelo próprio PÚBLICO e pela nova direcção editorial. Ainda por cima depois de me ter entusiasmado com o novíssimo e moderno i que, para mim, ocupa já um espaço importante na lista de títulos da imprensa nacional. Ter uma mulher como directora (espero que não me acusem de nada) parece-me ser um sinal de que querem ser diferentes dos outros e do que eram, esperemos que consigam. O PÚBLICO precisa e, sem querer parecer político, o país também precisa de diários de referência que saibam acompanhar as mudanças e se modernizem, mas que mantenham intacta a independência e que saibam assumir os erros, porque acontecem e não há coisas imaculadas, mas que, sobretudo, não se deixem envolver em trapalhadas. O contrato com os leitores a isso obrigad e deve estar sempre acima de tudo.
Foi também com o mesmo entusiasmo de adolescente que assisti ao vídeo que nos apresenta a nova direcção e os "novos"/reforçados objectivos do PÚBLICO e que o assumem como "Um Jornal para o Futuro".
PS - A nova directora Bárbara Reis vai estar 2ª feira à conversa no Pessoal&Transmissível de Carlos Vaz Marques na TSF, quem não apanhar em directo pode ouvir aqui.
PS - A nova directora Bárbara Reis vai estar 2ª feira à conversa no Pessoal&Transmissível de Carlos Vaz Marques na TSF, quem não apanhar em directo pode ouvir aqui.
0 comentários:
Enviar um comentário