Eu sabia que havia bons motivos para eu nunca ter aprendido a tocar flauta, ou o mais pequeno instrumento que fosse, durante a minha passagem pelos bancos da escola. Bem vistas as coisas só me faltou o incentivo certo. Ainda mais bem vistas as coisas, faltou-me, isso sim, uma professora que me mostrasse tudo... tudo aquilo que é necessário saber sobre para que serve verdadeiramente a batuta, a pauta e como soprar de forma ritmada tapando os buracos certos a cada momento...
Com que direito é que se "manda arquivar" uma professora destas? E, ainda por cima, quando a petizada de Mirandela, em particular a do sexo masculino, estava a começar a ver algum interesse nas aulas de música. Quem é que nos garante que não estava ali a génese de futuros compositores portugueses brilhantes? Que mania de querer que as aulas de música continuem aquela coisa chata dos sustenidos e do compasso binário...
Uma professora destas só se arquiva se for para a disponibilizar para consulta e aprendizagem às gerações vindouras. Uma professora que demonstra tamanho amor à arte e que tem tanta arte para mostrar não pode ser fechada num lugar escuro e longe das atenções. Tem de ser exibida e motivo de gabarolice e entusiasmo de quem tem a sorte de com ela aprender coisas bonitas.
Tivesse eu tido uma professora destas e era gajo pra ter escrito umas 50 sinfonias ainda antes dos 10 anos, no mínimo.
foto: joana freitas/playboy portugal como publicada no site do JN
1 comentários:
Realmente, poderia ser um bom incentivo para os mais novos passarem a gostar de ir às aulas. As senhoras lá de cima deviam pensar duas vezes antes de crucificarem esta alma caridosa!
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