Quando o país, sobretudo o blogosférico, se agita a apontar o dedo aos fugitivos do fisco que emigraram para a Holanda, há uma outra roubalheira bem à frente dos nossos olhos que também me apetece fazer notar: a negociata com a transferência do fundo de pensões dos bancos para a Segurança Social. Não é giro que a falida - nunca se cansam de nos dizer e fazer sentir - Segurança Social vá ter de juntar aos pensionistas e desempregados, já de si desesperados e roubados, as reformas - sabemos que bem acima do ordenado mínimo - a que os bancários têm direito?
Pouco me importa de que cor política é o deficit. Pouco me importa o "tem de ser" para tapar os buracos. Pouco me importa que o Estado sejamos todos nós, sobretudo na hora de pagar os erros de quem governa. Pouco me importa...
O que me importa é saber o que vem a seguir: a falida, vai ficar ainda mais falida. E com contribuições a menos e despesas a mais, sofrem os demais. Os que vierem a seguir. Os que se reformarem depois. Os que estão agora a penar para trabalhar e que descontam pouco porque ganham pouco. Os tais que têm de cerrar os dentes e lutar para - todos juntos, imaginem - ajudemos a ultrapassar este cabo das tormentas. E quando o cabo das tormentas estiver ali, a ponto de lhe podermos tocar, vão aparecer os bancos, esses bons samaritanos, esses poços de segurança, a "ajudar" dizendo que têm uma coisa chamada PPR e nos podem tratar das reformas. Outra boa ideia será, nesse momento, dizer que os hospitais públicos e a saúde gratuita talvez já não seja sustentável, mas que as seguradoras (e os bancos de mãos dados a elas) poderão assumir essa responsabilidade. Estamos bem a ver onde é que isto vai chegar...
P.S: os Precários Inflexíveis explicam isto melhor do que eu.
P.S: os Precários Inflexíveis explicam isto melhor do que eu.
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