give's one Mr. Morales | imagem: The Telegraph, obviamente manipulada por mim |
A notícia não é nova, primeiro porque já tem uns dias, segundo porque este senhor está sempre a falar no mesmo. Pelo mesmo, entenda-se a campanha contra a retirada das folhas de coca da lista de produtos vulgarmente designados por droga. O empenho é tanto que já se deu ao luxo de mastigar uma folhinha, igual às que ali segura na mão, em frente aos delegados da ONU durante uma cimeira em 2009.
Evo Morales é um tipo do caraças. E nem pensem que vou aqui dizer que está sempre à coca de oportunidades ou que aqueles olhinhos meio nublados não enganam ninguém. Este homem é um senhor. Assumidamente de esquerda, embora seja destro como facilmente percebemos em cima, começou a vida a cultivar plantas de coca, chegou a líder sindical dos cocoleros (pessoas que cultivam coca) e é o primeiro presidente da Bolívia oriundo de uma tribo indigena: os uru-aimará.
É, por isso, injusto que só se fale dele por causa das folhas. De coca, bem entendido. E já que falamos nisso, convém dizer que a produção de folhas de coca é uma das maiores industrias do seu país e o seu cultivo é uma tradição milenar que chega ao tempo dos Incas. São uma maravilha para fazer chá; chá que faz desaparecer a fome e os problemas relacionados com a altitude (perguntem aos tipos da escalada). Parece também que na Holanda - não comecem já, que não é nada disso - se vendem marmelada, refrescos e até um licor feitos a partir de folhas de coca.
Com tanta coisa boa - obrigado Sr. Morales por ser a luz no meu caminho -, confesso que me escapa ao entendimento, como é que há gente espalhada pelo mundo disposta a gastar rios de dinheiro para, ao invés de mascar as ditas folhas, as enfiar processadas e desfeitas em pó narina adentro [que ingénuo que eu sou].
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